Megastore Etna

Diante da necessidade de um termo que classificasse o trabalho exercido em seu escritório, o arquiteto Mauricio Queiroz, com mais de 20 anos de mercado, uniu a formação em arquitetura de projetos comerciais com análises do mercado varejista e criou o Design de Consumo, uma ponte entre as necessidades das marcas e seu conhecimento.

Ao iniciar o trabalho em determinado projeto, Mauricio atua como consultor, estudando o público-alvo e os hábitos do cliente, analisando a comunicação visual da empresa, observando o posicionamento da marca no mercado, detalhando a logística – desde a circulação do cliente ao tipo de fechadura a ser instalada –, estudando os melhores pontos de abertura das lojas até a viabilidade da implantação do sistema de franquias. Por fim, como arquiteto, projeta e executa as lojas, fábricas, escritórios e pontos de venda. Além de acompanhar a expansão da rede e o desenvolvimento da marca no mercado.

Mais do que layout, o Design de Consumo promove diferencial competitivo. Os hábitos dos clientes são cuidadosamente analisados quando se concebe um projeto destinado ao consumo.

Ao projetar a Megastore Etna, Mauricio Queiroz detectou em pesquisas que a mulher preferencialmente escolhe os objetos para casa, porém é comum a necessidade do casal estar de acordo para a finalização da compra, embora o homem não esteja sempre disposto a garimpar objetos de decoração por tantas horas em uma única loja.

Pensando nisso, foi projetado o espaço chamado de estacionamento de maridos, com internet, telefone, TVs de plasma e café, tudo gratuito e locado propositalmente ao lado do departamento de eletrônicos, vedete entre os produtos de primeira necessidade dentro de uma casa, segundo os homens. Como complemento para a família, foi colocado também um infantário, com games, cinema e monitores de plantão, uma cozinha experimental com arquibancada para cursos de gastronomia nos finais de semana e uma sala especial onde os noivos escolhem os itens de sua lista de casamento com direito a champanhe, mimos que uma boa loja não pode deixar de oferecer. Os produtos são estrategicamente locados nas prateleiras, de forma a sugerir uma venda complementar. Assim, uma pessoa que vai comprar uma estante, acaba levando também o porta retrato ali exposto.

Outras marcas já apostam no Design de Consumo, como Under Armour, em que Mauricio captou o conceito e a essência da marca que foi criada para Underdogs (Azarões) e que descarta elementos como a sorte e o dom, e abre espaço para a disciplina e determinação.

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E Le Creuset, em que a proposta do escritório é totalmente diferente do conceito mundial, apostando em uma proposta mais friendly e aconchegante: piso de demolição, mobiliário branco e clean, espaço para experiências e cozinha funcional. Além de Dior, New Era, Omega Watches, Vivara, Café do Ponto, entre outras.

“Hoje uma loja não pode ser apenas um depósito de produtos. Muitas marcas brasileiras já entenderam isso. Design de consumo é aquilo que você não vê. Por exemplo, a partir do momento que meu cliente entende a importância da distribuição de produtos dentro da sua loja como uma forma de atrair a curiosidade e o potencial de compra do consumidor, ele já começa a perceber a importância do design de consumo para seu negócio. Daí pra frente fica fácil valorizar todos os outros atributos e benefícios desse conceito para o sucesso comercial daquela loja”, explica Mauricio Queiroz, CEO na Mauricio Queiroz – Design de Consumo.